sábado, 27 de fevereiro de 2016

PORTE DE ARMAS É PALIATIVO CONTRA UM MAL INVISÍVEL

O que você sente ao vir um assaltante ser perseguido, baleado e morto? Quando vê alguém ser espancado, sangrando até à morte? 

Certamente, muitos consideram que, se é um bandido, tem que pagar! Mas, se você não soubesse quem era essa pessoa e o que ela fez, e vê-la sendo atacada, qual seria o seu pensamento? Seja qual for o pensamento, vítima e vitimado são seres humanos. Usamos mal o pensamento de que, "a árvore que não dá bons frutos deve ser eliminada." Aprendemos que aquilo que nos prejudica e nos tira a paz, precisa ser atacado e, assim, vivemos. Começamos a atacar os sintomas de um mal maior sem investigar onde começa. É esse "princípio" que leva o patrão a demitir seu funcionário que caiu em seu rendimento, sem saber o que se passa com ele; do professor que reprova o aluno sem entender o que dificulta o seu aprendizado. Agir diferente, é comprometer-se com o próximo. 
O homem não foi criado para se defender, nem para atacar. O homem foi criado para viver e servir uns aos outros. Não foi criado para ameaçar, nem se sentir ameaçado pelo semelhante. Ele foi criado para compartilhar, para promover o bem comum. O respeito de uns para com os outros não se obtém pela capacidade da força que se alcança. Mas é esse tipo de "educação" que o mundo vem recebendo ao longo de sua história. É preciso se armar para se defender. Mas se defender de quem? De quem ataca. Mas para quê ataca? Para obter mais do que o suficiente para sobreviver. 

O poder e a força tem sido usados para dominar, para subjugar os semelhantes. A partir desse ponto surgem as reações daqueles que precisam agora lutar para sobreviver, tendo o semelhante como seu principal inimigo. 

Quando na sociedade organizada observamos correntes que defendem com garras e dentes de que necessita armar-se contra os criminosos, percebemos o quanto retrocedemos no ponto que deveríamos defender, que é o de adotar o princípio pelo qual viemos a esse mundo. O homem portar uma arma com a intenção de se defender de outro homem, atacando-o, mostra o quão estagnados espiritualmente nos encontramos. As autoridades constituídas que não tem sido estabelecidas pela luz da sabedoria sustentada pelo amor, e acabam legitimando a desordem como um caminho para a ordem. Lavam as mãos de suas responsabilidades de orientar e ajudar, sem outros interesses que não o propósito de servir. Mas isso criaria uma sociedade fraterna que não interessa aos poderes predadores, que se sustentam pela celeuma e desordem. 

A corrente do bem não pode ser cortada, fazendo com que seres humanos lutem na escala do mal, aprofundando-se nas trevas do próprio egoísmo e orgulho, alimentando o espírito de revolta e vingança. A paz não se estabelece pela guerra; nem por ataques; nem por acordos e tratados. Pois, nesse ponto, alguém teria que ceder, se submeter; enquanto que a paz supera essa escala e opera harmoniosamente pela consciência do bem. Não existe paz mundial, sem que essa paz aconteça em cada indivíduo pela transformação da mente, pela mudança de perspectiva, pelo rompimento com as manipulações que sustentam os interesses dos que tem o poder de liderança sobre os outros. Já havia sido revelado ao Apóstolo Paulo que descreve em uma de suas cartas a seus irmãos, dizendo: "A nossa luta não é contra a carne e o sangue. Mas contra os espíritos da maldade que atuam na mente." 
Atacar a quem ataca, é dar mais força ao ataque. Matar a quem mata, é dar mais vida à morte. Essa corrente só se quebrará pela mudança de pensamento, pela conversão de nossos valores, transmitindo-os aos nossos semelhantes. Se estivermos dispostos a isso, certamente seremos considerados filhos de Deus: "Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeia, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso pai, que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre os bons e os maus, e vir a chuva sobre os justos e injustos." S.Mateus 20:43. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

NÃO SE COMBATE CRIME, PRATICANDO CRIME.

É de estarrecer o "espírito" de justiçamento de uma sociedade que tenta livrar-se de criminosos, praticando crimes semelhantes ou piores. Vê-se, no fundo, a falta de amor ao próximo. Se a reação ao assassino é o assassinato dele, essa corrente criminosa só aumentará e trará desequilíbrio. Esse processo precisa ser quebrado para que uma outra realidade se estabeleça. Isso não depende de medidas adotadas pelas autoridades constituídas, nem no âmbito da segurança pública, mas de um processo que se inicia nas ações particulares de cada indivíduo, no que diz respeito à compaixão, à caridade; o compartilhar. O egoísmo e as ambições humanas, são fatores que desencadeiam as maiores séries de crimes e violência. O aprendizado da caridade eleva as pessoas a um outro nível de vida. 
A palavra "intolerância" nunca foi tão usada como está sendo atualmente. Mas o que precisamos não é de tolerância. Precisamos de amor. Quem tolera, por uma questão de aprendizado do controle emocional, pode cair na intolerância quando chegar ao "limite."

A "legítima defesa" não é legítima, quando fere a lei máxima estabelecida pelo Criador, e que se sustenta pelo ódio e espírito de vingança.  

Recentemente o Papa Francisco declarou ser contra a pena de morte e sugeriu sua extinção no mundo todo. "A lei não matarás é para todos" - declarou, citando um dos dez mandamentos. 

Eu ficava intrigado quando via motoristas xingarem pessoas que distraidamente ou propositalmente atravessavam a rua na frente dos carros.Tentava entender o que eles pretendiam com isso.Estariam eles preocupados com a preservação da vida dos que se arriscavam na travessia? Se fosse essa a intenção, por que os xingavam? Ou estariam, de fato, se sentindo ameaçados por um iminente acidente que poderia prejudicá-los? 
A ação e reação, segundo o plano de Cristo, é que se pague o mal com o bem. "Cortar a mão de quem rouba" é a mais baixa visão do ser humano, nas profundezas das trevas. Querem saber o motivo de quem rouba? Está disposto a ouvi-lo e dar a ele uma oportunidade? Isso não seria uma atitude humana. É exatamente por vivermos a vida nessa escala, é que o mal continua predominando e a corrente do mal crescendo.  
O ser humano precisa quebrar essa corrente que faz com que perceba com apenas o olhar que aprendeu a observar as coisas ao redor. É preciso avançar na dimensão do amor. Alguém que espanca, quem quer que seja, até a morte, tendo diante de si a oportunidade de baixar as armas, de recolher a mão; de cessar a ira ao ver que um semelhante seu, sem reação, ferido e subjugado se esvai em sangue, pratica ato monstruoso. 

Não existe justificativa para o ataque à vida de quem quer que seja, pois ninguém é justo suficientemente para se colocar na posição de juiz do outro e condená-lo, movido por revolta. 

Certa vez um amigo que tomou um grande prejuízo, ao lamentar-se da situação, finalmente disse: "...mas eu prefiro estar na situação quem tomou o prejuízo, do que na situação de quem dá prejuízo a alguém." 

Certamente, a conta daqueles que reagem desproporcionalmente é bem maior. Levar à morte por espancamento alguém que tentou roubar, por exemplo; ou usar armas, sejam quais forem, contra alguém sem a mínima condição de defesa, é malignidade, impiedade, injustiça. Que crime não é maior do que a falta de amor, se é a partir dessa falta de amor que se desencadeia todas as suas variantes? É a falta de amor a corrente que engrossa cada vez mais, onde pessoas se veem inimigas de pessoas, no cruzamento pelas ruas da cidade, na expressão do rosto, nos olhares; nas avenidas e no comportamento no trânsito. Estamos mais preocupados com as nossas próprias razões, segundo os nossos próprios critérios e juízo de valor. Assim, condenamos, massacramos, "atropelamos".

O ser humano deve permitir-se à regência desse amor. E isso é para todos. Aquele que viola esse princípio, incorre na prática da injustiça, pois a ele não é dado o direito de agir com malignidade sem sofrer as consequências reflexas, seja aqui agora, ou no futuro. Nenhum justo terá marcas de sangue em suas mãos, nem levará sob seus ombros o peso da amargura dos sonhos destruídos de alguém, interrompendo o fluxo de sua existência aqui na terra, onde enquanto vive, tem a chance de obter novas oportunidades. A nossa missão é fazer o bem, amar, cuidar, proteger, e isso jamais nos levará a matar para não morrer.  

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

EXORTAÇÃO POR DESCARGO DE CONSCIÊNCIA

O "Profeta" Gentileza do Rio de Janeiro 
em uma de suas atuações pelas ruas da cidade.
Exortar é uma ação que depende de um emissor e, para que tenha resultado, é necessário um receptor. Receber uma mensagem não é apenas ouvir com os ouvidos, mas escutar. Mas a quem escutar? Quem, porventura, está falando?

Exortação além de ânimo e coragem, transmite uma advertência ou conselho. Mas onde estão os exortadores e os conselheiros? De que maneira estão utilizando o conhecimento e suas experiências para ajudar pessoas a encontrar um caminho? A postura é de exaltação e supremacia, ou são atos e palavras envolvidas de amor, compaixão e interesse pelo próximo? 

Há maneiras de exortar que acabam humilhando, desqualificando, desrespeitando pessoas, e ao invés de promover reflexão construtiva, levará o ouvinte a uma ação defensiva e a julgar aquele que exorta. A questão passa para o lado pessoal:"Quem é você para dizer isso a mim; você é melhor do que eu?"

De que maneira exortamos? Discutimos e criticamos atitudes de pessoas, em vez de gastarmos tempo explanando amistosamente o que é ideal, tendo por base o que é real? 

Vivemos num momento histórico em que pessoas estão mais preocupadas com o que experimentam e vivenciam empiricamente, do que submeter-se a escutar um conselho ou advertência sobre determinado aspecto, principalmente se vem de uma fonte, de onde não se percebe humildade. 

Cada pessoa tem e sente-se no direito de escrever sua própria história sem interferências de sermões que, em muitas vezes, contrariam seus interesses. A consciência individual é que se torna o seu juiz. Foi isso que Jesus provocou nos fariseus, ao fazê-los despertar a consciência de que todos eles pecaram contra a mulher a quem desejavam apedrejar; ou de quem era aquela moeda encontrada na boca do peixe. As parábolas de Jesus são cheias de exortação, mas cobertas de amor, levando as pessoas a uma reflexão sobre sua própria vida e suas atitudes. Do exortador, espera-se amor; do exortado, a humildade. Sem esses elementos espirituais como condutores capazes de alcançar a consciência do indivíduo, a exortação não encontra lugar. 

Dificilmente pessoas deixam de praticar algo considerado nocivo, se não sentir necessidade para iniciar uma mudança de rumo. Alguns são capazes de assimilar os sinais, as reações e atribuir a determinado comportamento ou estilo de vida; outros pertencem àquela classe dos que "pagam para ver". O conselho, a exortação e a advertência dada a alguém não funciona necessariamente como um precedente para que faça alguma escolha. 

Um profeta traz em si, uma necessidade, ou até mesmo abraça a causa como uma missão de conjecturar, alertar, mas não tem o poder de levar pessoas a atenderem aos conselhos, e nem deve esperar por isso; nem alimentar em si a vaidade pelo desejo de ser ouvido ou atendido; nem mesmo de se beneficiar de seu caráter de "profeta". 

Aquele que exorta, o faz mais por descargo de consciência, pois dele mesmo se cobra o cumprimento dessa sua peculiar atribuição. 

PARA QUÊ ORAMOS?

A palavra "oração", de algum modo, é romantizada por escritores e explicada de maneira poética e singela, como uma forma de promovê-la entre os crentes. Mas para que serve a oração? Para muitos, é uma espécie de "amuleto" de proteção. Há até mesmo aqueles que dizem que quando não oram antes de sair de casa, dá tudo errado. A oração também é usada em momentos específicos em que o crente depende de algo, ou busca uma resposta ou confirmação de Deus. A resposta de Deus não seria algo místico, sobrenatural, como se já não fosse explicitado em sua palavra e necessitasse de novas revelações. Mas a oração é, também, o que muitos consideram como a "respiração da alma." 
Jesus ensinou seus discípulos a orar, com a oração do Pai Nosso. Essa oração é mais uma declaração que damos a Deus de que reconhecemos sua Senhoria e poder sobre todas as coisas. Não é necessário pedir pelo pão, porque Ele provê tudo, quer para os justos e os injustos; os bons e os maus. O perdão, Ele dá a todos os que se arrependem, e nada acontece no mundo sem a sua permissão. 

O clamor a Deus para atender a oração que fazemos, não é garantia de que seremos atendidos da maneira como pedimos. A oração, por si mesma, não nos torna privilegiados diante de Deus ou como alguém superior diante dos homens. A relação com Deus por meio da oração, não tem a ver com a oração formal que aprendemos, em que precisamos de um lugar especial, ou de um ritual. O crente, transformado por Cristo mantém o espírito de oração em todo o tempo. Mas essa etapa na vida cristã é alcançada no momento em que o crente começa a seguir o conselho dado pelo próprio Deus em II Crônicas 7:14: "E se esse meu povo, que se chama pelo meu Nome, se humilhar, orar e buscar a minha face, e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e seus erros e curarei a sua terra".

Oração por mudança de vida e comportamento cristão não deve ser apenas oração, mas uma confissão, admitindo a necessidade de mudança e pedir para que Deus o ajude a vencer as dificuldades para superar tudo aquilo que o afasta de sua vontade. Aliás, Deus conhece a cada um, e os desejos do coração. 

A resposta de Deus a oração é condicional; depende mais de nós, do que do próprio Deus. O poder é dEle, e Ele age conforme os planos dEle, que se inicia por seu convite de uma mudança em nós. É a nossa confissão, arrependimento, mudança de rumo que nos fará sentir a atuação de Deus em nossa vida. 
Até quando vamos orar a Deus pedindo mudança, e continuar fazendo a mesma coisa? Se não haver em nós a disposição de reconhecer as nossas faltas e pecados, confessando-os, e nos convertendo dos maus caminhos, nossa oração será em vão. Até quando vamos orar para cumprir um protocolo de crente, mas não colocar sentido naquilo que oramos?

O "sacrifício" de que necessitamos é mais do que aquele comportamento mecânico e habitual, como tirar tempo para orarmos antes de dormir e depois de acordar; antes de sair para o trabalho e ao fazer as refeições. 

O sacrifício de que necessitamos é do "culto racional." Se a nossa mente estiver ligada aos propósitos de Deus e sua vontade para a nossa vida, nada pediremos a Ele, mas o bendiremos e o exaltaremos em todos os momentos, em todas as nossas ações. Isso faz de nossa vida uma constante oração. Oração em louvor a Deus, entendendo que somos dEle e que sua manifestação em nossa vida, revelará os seus frutos. O socorro, o consolo, o conforto, a paz, esperança, confiança não é apenas o resultado de oração, mas da presença de Deus em sua palavra e em suas promessas reveladas a nós, por Jesus. Oração sem o entendimento sobre as promessas de Deus e de seu plano para a humanidade, torna-se apenas um "amuleto" ou uma "invocação" apenas para atender às nossas necessidades materiais. 

sábado, 20 de fevereiro de 2016

JESUS PERDEU NO MUNDO, MAS VENCEU O MUNDO.

Jesus abriu mão das glórias do mundo para glorificar O Pai. Não abriu mão de sua missão para adequar-se às vontades humanas. Foi assim no deserto da tentação, em que se deparou com o diabo. Na verdade, o diabo enganou-se ao tentar por à prova, alguém que jamais desejou os reinos do mundo e compactuar com as distorções de uma vida de pecado e renegação do poder supremo. Mesmo enfraquecido fisicamente, Jesus não pensou duas vezes ao repreender o diabo com a palavra do Pai. A comunhão que tinha com o Pai, havia impregnado seu espírito que não o deixava duvidar no momento em que era confrontado. Isso se mostrava firme no espírito de Cristo desde sua infância, ao lidar com situações nas quais sua intervenção mostrava aos homens algo que estava além do poder terreno. Na visão física, e mais do que isso, na visão moderna que exalta o egocentrismo e capacidade de superação, Jesus perdeu aqui. E muito. A prática do que Cristo ensinou nas bem-aventuranças tornará o homem, que foi ensinado por uma doutrina de exaltação ao ego, orgulho e vaidades, inadequado aos padrões terrenos de uma vida materialmente desejável. Jesus não teve por usurpação agir como Deus. Ele não veio tomar o reino das mãos dos homens, como tinha o poder de fazer. Mas veio mostrar um reino invisível aos olhos, capaz de transformar as mentes e os corações, para, através disso, aquele que o aceitar obter o verdadeiro poder de vencer a si mesmo.  Sob o ponto de vista humano, Cristo perdeu. Foi desprezado, criticado, vilipendiado, caluniado; sem atrativos que levassem alguém a desejá-lo; de origem pobre, sem influências oficiais; finalmente morto. Seu plano era espiritual. O que praticava no plano físico tinha como propósito mostrar o seu reino, além daquilo que se espera aqui. O homem carnal não entendeu e ainda hoje não entende. Jesus perdeu no mundo, para que com ele vencêssemos o mundo. 
Ele perdeu aqui. E não era para ser diferente. Ele se opôs ao inimigo, no terreno do inimigo. Jesus não venceu no mundo. Ele venceu o mundo. Cristo venceu o mundo, porque superou tudo o que podia usufruir nessa esfera terrena, e não foi atraído pelo deslumbramento e vaidades pessoais. A tentação a que o diabo submeteu Jesus, demonstra que a submissão à vontade de Deus é que aniquila toda a espécie de tentação que entendemos como um ataque do inimigo. Na verdade, tentação é um ponto de vista de quem olha do lado de fora a situação que alguém esteja enfrentando. Quem vive a "tentação", jamais dirá que está sendo provado, se ele entende o seu propósito. 

Jesus não chamou pessoas para vencerem no mundo, mas para vencerem o mundo. Vencer o mundo é se aproximar do plano de Cristo, viver na dimensão de Cristo a exemplo de tudo o que Ele viveu aqui na terra. Vencer no mundo, requer a submissão a tudo o que contraria a proposta do Mestre. Jesus teria vencido no mundo, se ajoelhado adorasse ao diabo; se tivesse transformado as pedras em pães; se tivesse se deslumbrado com a beleza e ostentação dos reinos terrenos. 

O seguidor de Jesus não desenvolve sentimentos que o envolva com o mundo e comprometa sua comunhão com Deus. É isso que tem mantido Cristo como um vencedor, não na esfera física, mas na espiritual. Se Jesus tivesse vencido no mundo, não teria ido à cruz que tornou real a vitória de todo aquele que nEle crê. Jesus venceu o mundo, porque entregou-se, aniquilou-se pelo propósito de salvar o mundo do pecado. 

Ainda hoje assim é: "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;

Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?"
Mateus 16:24-26


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O QUE MENOS SE TEM PREGADO, É O EVANGELHO

Se tirarmos por base a pregação do evangelho o que vemos se espalhar pelas redes sociais, é possível que o "ide e pregai o evangelho" de Jesus, tem sido deliberadamente desperdiçado. 
O que se observa é defensiva e ofensiva denominacional religiosa, além de críticas comportamentais, usos e costumes. Há quem torna certo comportamento como uma religião; faz de sua comida e bebida, uma espécie de caminho alternativo para a salvação; de seus líderes, embaixadores de Deus na terra. Na verdade, o nome Jesus é utilizado como estratégia de popularidade. Centenas de religiões e seitas utilizam o nome Jesus: o Espiritismo, o Calvinismo, o Metodismo, o Presbiterianismo, o Catolicismo. No fundo, é preciso saber o que Jesus é nessas religiões e de quem é a palavra final nas decisões que tomam. A quem inclina seus ouvidos para atender. É preciso ficar atento. Se Jesus não for suficiente na religião que se diz cristã, algo está errado com ela. Se necessitam remendar conceitos, atualizar preceitos, alerta. A palavra de Deus é eterna. Não existe uma "nova ordem de Jesus", ou um novo entendimento de Jesus, ou um novo conceito. Jesus é a palavra viva e eficaz. Prega-se um evangelho de formas e movimentos que não transforma. Jesus deixa de ser  "o Pão da Vida" e torna-se isca para atrações e eventos. A simpatia que a palavra "pregar o Evangelho" causa, para muitos esconde o seu real significado. 

Muitos tem aprendido a discutir e a aprender dar respostas a objeções de acusações, como se o evangelho de Cristo necessitasse de remendos humanos. As discussões se abrigam nas escalas mais baixas do entendimento humano, brigando entre si, provando suas "razões" no meio das trevas, desviando o olhar do Evangelho que é o elemento restaurador de todas as concepções distorcidas que temos. As críticas sobre o óbvio, e as "vitórias" comemoradas por torcedores de debates isolados, tem sido mais exaltadas que o próprio Evangelho. Caravanas se formam para ver as estrelas da mídia que as religiões  criam e apresentam como os verdadeiros adoradores, arrastando multidões que gastam seu tempo e dinheiro para se sentirem privilegiadas de estarem diante de deuses de carne e osso. Os palcos dos "espetáculos" da fé, continuam iluminados por luzes coloridas que desviam a atenção da luz do evangelho.  

E o que é o Evangelho? Evangelho é a doutrina e a história de Jesus Cristo. O que Ele viveu e ensinou. É cada um dos quatro livros principais do Novo Testamento. É a cartilha de Deus. 

Ainda hoje há muitos recosturando o véu que foi rasgado de alto abaixo significando o acesso direto de indivíduos a Deus sem intermediários. Mas a religião não prospera se não apresentar-se como necessária para que sirva de escada sem a qual não será possível a salvação. Se seus critérios não forem observados, se as suas doutrinas não forem aceitas, Jesus não poderá ser aceito, pois colocam-se acima de Cristo. Diante desse conceito é impossível que o evangelho de Jesus seja aceito se antes não nos adequarmos a doutrinas humanas. Cristo foi isolado por outros cristos. Os profetas de Deus foram substituídos por profetas dos homens. 

Observe o alerta de Paulo: "Contudo, ainda que nós ou mesmo um anjo dos céus vos anuncie um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja considerado maldito! 9Conforme já vos revelei antes, declaro uma vez mais: qualquer pessoa que vos pregar um evangelho diferente daquele que já recebestes, seja amaldiçoado!10Porventura, procuro eu agora o louvor dos homens ou aprovação de Deus? Ou estou tentando ser apenas agradável às pessoas? Se ainda estivesse buscando agradar a homens, não seria servo de Cristo!"

O Apóstolo Paulo aos Romanos declarou: "Porquanto não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crê; primeiro do judeu, assim como do grego"... Romanos 1:16. Para o Apóstolo, o Evangelho era tido como "o Poder de Deus para a Salvação de todo o que nele crê."

Ainda hoje há tantos insistindo em pregar um evangelho que Jesus nunca pregou e viver um evangelho estranho ao que Jesus viveu. A Palavra de Deus é eterna e suficiente para a salvação ao ser observada. Se a palavra da Salvação em pessoa não for suficiente para a salvação dos homens, que outra palavra exercerá esse poder? 

O Evangelho de Cristo eleva os homens a uma outra escala de entendimento, enquanto que o evangelho dos homens discute entre si, suas razões de ser, explicando seus comportamentos, e fundamentos de suas crenças, exaltando suas boas obras. Há muitos crentes que ainda discutem se podem beber coca-cola; se as mulheres podem usar calças compridas ou pintar unhas; se cristão pode ser favorável ao divórcio, entre outras questões. 
O evangelho de Jesus foi mercantilizado,  rebaixado ao nível de discussões que se emaranham em conceitos humanos, a partir de suas interpretações, tornando, diante do mundo, uma verdadeira confusão e opróbrio. 

É porque não foram transformados pelo poder de Deus, que não se manifesta pela letra, mas pela palavra, que é espírito e vida. O que menos se tem pregado, é o Evangelho, pelo menos, levando por base as repercussões nos meios disponíveis que hoje temos. O grande risco para o orgulho religioso, é que o verdadeiro evangelho levaria pessoas a buscarem a Cristo, o que se tornaria inviável para o império do mercado da fé. Apesar de um nome bem vivo e conhecido, Cristo tem sido morto pelo sistema, porque seguir os seus ensinos significa a destruição do próprio "eu"; o rebaixar dos pedestais da honra humana; de seus méritos; de sua própria justiça e obras. 

sábado, 13 de fevereiro de 2016

VERDADE INDEPENDENTE NÃO TEM CRÉDITO

Não ter crédito não quer dizer, necessariamente, que não seja digno, verdadeiro ou de fé. Se olharmos o crédito sob o ponto de vista de uma conquista, há etapas a serem cumpridas, há uma cartilha, normas e parâmetros convencionais a seguir. O que se deve pensar amiúde, é de quem estamos recebendo esse "crédito" e que requisito estamos cumprindo para merecê-lo. 
A questão crucial para ser observada, é a de que vivemos numa sociedade constituída onde os padrões de valores morais, sociais, religiosos, educacionais e familiares, são instituídos por uma convenção que legitima suas características e que mudam, segundo a mudança de seus representantes. É essa "verdade" institucionalizada que precisa de autoafirmação e de quem a defenda para que prospere. Para isso torna-se necessária uma instrumentalização oficial para que tenha validade e ganhe adeptos e multiplicadores, os quais tornam-se os escudos vivos para que nenhum ser ousado se levante apresentando o contraditório. Nesse ponto é preciso o cerceamento da liberdade de se expressar por vários mecanismos. Um dos principais é desqualificar a fonte. Se alguma verdade "independente" se manifesta, esta é aniquilada por não possuir credenciais. 

Essa "verdade" necessita de toques e retoques, atualizações e comissões de votação de novos conceitos e ideias.  Sob esse aspecto a verdade que prospera no mundo é sempre duvidosa. A justiça que é exaltada, segundo a concepção de sua constituição, é manca, pois se estabelece sobre um aprendizado tortuoso dos interesses humanos que não estão centrados na equidade. Quem se coloca como o defensor da verdade e é aplaudido, merece um olhar mais atento. A "verdade" institucionalizada é pior que a escravidão propriamente dita, pois ela desvia o olhar para a verdade que liberta, pois dá uma falsa sensação ao indivíduo de que está no caminho certo. 

Foi pela verdade "independente" que Jesus criou uma verdadeira celeuma entre os que instituíram suas próprias verdades. Aquele homem sem credenciais ou linhagem que pudesse confirmá-lo como alguém importante levava os homens a olharem para si mesmos dentro dos conceitos que apresentavam. O objetivo de Jesus era despertar-lhes a consciência para identificarem suas verdades dúbias. Assim foi em vários episódios, dentre o clássico conhecido da mulher adúltera. 

Jesus não trouxe uma verdade para confrontar outras verdades. A verdade de Jesus veio para libertar o homem. Essa verdade não precisa de defesa, nem de ser colocada em lugar de destaque com guardiões para que ninguém a viole, porque essa verdade alcança a divisão da alma.

Toda verdade protegida, é digna de desconfiança. Todo aquele que combate o contraditório exigindo suas credenciais, merece diligente atenção. O próprio Cristo, que apresentou-se como A Verdade, jamais atacou aqueles que não o aceitaram. Porque a Verdade dEle, estava acima dos conceitos humanos; sublimou o interesse pelo poder de persuasão. A verdade de Cristo, estava numa outra dimensão capaz de não só alcançar os corações, mas transformar pessoas a ponto de manifestar o desejo de segui-lo.  

Não há verdade suficiente, que não a verdade que  Cristo foi, e ensinou, por suas palavras e ações. Diante dos fariseus, Jesus jamais os desrespeitou, nem os subjugou, porque Ele era verdade. Jamais empunhou bandeiras de lutas e campanhas para provar que sua verdade era a razão, porque todo aquele que aceitava sua verdade, começava a experimentar um novo modo de vida. 

Por isso sua verdade era tão atacada, porque não tinha legitimidade humana; não tinha a chancela dos poderes que dominavam naqueles tempos. A verdade que liberta andará sempre do lado oposto da verdade que os homens instituem por seus próprios interesses e a tem como a regra de prática. A verdade que prospera no mundo é o oposto da verdade libertadora de Cristo.  


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

"MAGUILA É UM MACACO"

Certa vez o boxeador Adilson Rodrigues o "Maguila" deu uma explicação de seu nome artístico durante uma entrevista. 

"Eu era ajudante de pedreiro, e na obra, os amigos me chamavam de maguila porque eles diziam que eu parecia com aquele macaco do desenho Maguila o Gorila" - disse. 

"Eu não levei a mal, só não me conformava de parecer feio como aquele macaco" - completou, bem humorado.

Se naquela época os ativistas da defesa do negro estivessem em atividade, teriam convencido o Maguila a buscar seus "direitos" e, talvez, o faria mudar a visão do lutador sobre seus colegas, vendo-os como preconceituosos. 

"Eu passava a pão com banana, e eu comia muita banana e isso fortalecia o apelido que ganhei". "Maguila" não pareceu ter nenhuma mágoa, rancor ou trauma do que viveu entre os amigos e o apelido passou a fazer parte do seu nome, ovacionado pelos narradores das lutas: "Adilson Maguila Rodrigues." 

Preconceito parece mais um ensinamento que determinado sistema tenta incutir na cabeça das pessoas "a grosso modo" para acentuar e destacar o racismo ou preconceito, não no sentido de mudar o pensamento das pessoas, mas para tirar algum proveito político, como parece ser atualmente, fomentando discussões periféricas e superficiais para desviar as pessoas do que realmente importa nas relações humanas, causando barreiras e legalizando o separatismo. "Deseducação" e grosseria entre pessoas, é uma outra história. Isso ocorre em todas as esferas, em todas as classes sociais e etnias. Cada caso precisa ser tratado distintamente. Para isso é preciso ficar bem claro o que significam os títulos ou nomenclaturas que querem dar à uma forma de tratamento. Não poderia e nem deveria ser um instrumento político e de promoções classistas. 



domingo, 7 de fevereiro de 2016

PASTOR FAZ ALERTA A CRENTES QUE OSTENTAM NA INTERNET

"Amados. Tenho visto muita gente exibindo seus bens, carros, imóveis, etc, por aqui em seus perfis. Acho que essa atitude não combina com o caráter Cristão de quem vive pela Fé. Que tenhamos tudo e vivamos mais discretamente, naturalmente porque Deus permite como fruto do trabalho de cada um independente da sua fé ou religião, mas não como ostentação. Vamos vigiar mais no que postamos por aqui". 

A postagem do recado atribuído ao pastor Oziel Silva foi compartilhado no perfil do radialista e cantor Guilherme Baldissara, do Rio de Janeiro. 

Não é novidade para os Cristãos o que sugere o pastor Oziel, quando comparamos a vida sob a ótica do Evangelho. A modéstia é um dos pontos importantes como resultado na vida daqueles que entenderam sobre o que deve prevalecer como um viver cristão. Há quem considere haver uma ostentação desmedida de imóveis, móveis, automóveis, até mesmo exaltação de seus ministérios, apresentando como uma informação, que no fundo só esconde seu interesse por autoafirmação. 

"Onde está a motivação do Cristão? Está apenas nas coisas que adquire e ostenta materialmente?" - questiona o pastor. Ele também ressaltou o fato de muitas pessoas buscarem a Deus somente para pedir coisas materiais. 

Paulo a Timóteo escreveu que nos últimos dias, a sociedade estaria mais corrompida segundo os interesses mundanos. Num dos trechos revela:..."amantes de si mesmos, presunçosos e avarentos; mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus..." II Timóteo 3. 

Estariam esses ostentadores dispostos a despirem-se de suas vaidades, compartilhando o pão com o faminto ou distribuindo seus bens com os mais pobres e necessitados?

Pode ser que a crítica a esses comportamentos não traga resultado em mudança de atitudes, pois cada indivíduo tem argumentos para defender suas práticas. O que se pode tirar como lição é o bom senso, movido pelo espírito de abnegação do próprio eu e orgulho, naturais na escala terrena. Os filhos da luz naturalmente caminham para alcançar elevada sabedoria a ponto de torná-los mais atraídos pelas coisas do espírito. 

A atitude de ostentação de professos cristãos não combinam, em nada, com o próprio Cristo. Mesmo sendo Deus, não teve por "usurpação" ser Deus,antes se entregou por todos.  

CONFUNDINDO DEUS COM IGREJA

No Rio Grande do Norte, um homem foi preso por depredar a fachada de um templo evangélico, quebrando sua vidraça. Em depoimento à polícia, o homem que mostrava sinais de embriaguez disse que estava cansado de "pedir coisas a Deus e não ser atendido." 

Caso como esse leva-nos a pensar sobre a maneira equivocada como muitos são ensinados a respeito de Deus. 

E é exatamente na igreja que se aprende sobre Ele. Assim, as pessoas associam a imagem de Deus a uma igreja ou a um templo religioso. Deus não tem nada a ver com igrejas ou templos, nem os pedidos e respostas de orações estarem ligadas às receitas que pastores ou líderes religiosos ensinam. 
Pastores da Igreja Mundial
 "ungindo" meias
para serem vendidas aos fieis. 

O grave perigo que isso representa para o ser humano, é de a fé, que é um dom de Deus, estar condicionada e limitada ao que se ensina nas igrejas. A decepção e a frustração pode levar ao esfriamento ou a perda da fé, quando não ocorre aquilo que os homens prometem no lugar de Deus aquilo que Deus nunca prometeu. 

Há muito mais descrentes por causa dos promotores de Deus, do que por uma descrença em Deus. Como sua imagem é associada a uma religião, daí surge uma "cobrança" indevida. Ninguém precisa de uma igreja ou de um templo sagrado para sentir a presença de Deus, ou para ter comunhão com Ele, nem precisa invocar sua presença por mecanismos sugeridos pelos homens, como se Deus fosse manipulado por apetrechos ou cerimônias orquestradas. 

Há muitos se afastando de igrejas por esperar de Deus o que as igrejas ensinam apenas para atrair a atenção e angariar fiéis para seus livros de registro. 

"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?"

"Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente".


Não importa onde esteja. Não é o lugar físico onde a oração é feita, mas no recolhimento de alma. 

"O Deus que criou o Universo e tudo o que nele existe é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários produzidos por mãos humanas". Atos 17:24. 
Nesse caso, não seria correto pensar que Deus está aqui, ali ou acolá. Ele está em cada pessoa. 
"E onde estiverem dois ou três reunidos em nome dEle, ali Ele estará."  Mateus 18:20.

Essa declaração desconstrói a justificativa do homem que atacou um templo feito por mãos humanas, só porque Deus não atendia os seus pedidos. 

É preciso que o homem olhe a si mesmo e julgue-se a si mesmo como "o templo onde o espírito de Deus habita", e de que maneira se relaciona com Ele.  





sábado, 6 de fevereiro de 2016

"AQUELE QUE TROPEÇAR NUM SÓ PONTO..."

O tema "Os Dez mandamentos" ganhou repercussão após a produção da novela que se transformou em filme, editado recentemente pela Igreja Universal do Reino de Deus. 


De um lado, a crítica religiosa que leva em consideração a guarda de toda a lei, insinua que divulgar ou promover "Os Dez Mandamentos" requer a prática dos mesmos por quem os divulga. Ou seja: falam, mas não fazem, que se caracteriza uma "hipocrisia". 

O principal ponto que leva a esse julgamento, é a rejeição do quarto mandamento, onde Deus orienta que o Sábado seja lembrado como um dia santificado, separado para a adoração. 


As pessoas não devem ser levadas a entender que o dia de Sábado é como um segundo "deus" a ser adorado e idolatrado, nem como uma bandeira de santidade ou como cédula de eleição do povo de Deus, (pois isso remete à prática dos fariseus), aos quais se referiu Jesus: 

 "Ai de vós, doutores da Lei e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas tendes descuidado dos preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Deveis, sim, praticar estes preceitos, sem omitir aqueles!" (Mateus 23:23). Nesse caso, pela lei já não estariam todos condenados por omitirem outros preceitos? 

Diante de Deus nada é ocultado. Não é apenas a prática que a Ele interessa, mas os motivos do coração. 

Se  esse tema for levado para um quadro comparativo, requisitando à risca a guarda de cada mandamento que foi dado por Deus no Sinai, não poderíamos estar sendo condenados por algum deles? 

Imagine se um guardador de Os "Dez Mandamentos" for chamado diante de quem acusa de pisar na lei, para revelar suas obras e for medido pelos critérios que Jesus colocou diante dos fariseus quando uma mulher pecadora foi levada diante dele, para ser apedrejada?

Mas nem só de sábado é feito "Os Dez mandamentos." Há outros nove em questão. Para Deus, nenhum deles se torna mais importante que o outro. Alguns consideram até que, na matemática de Deus,  a equação 10-1=0. Aquele que se julga santificado pela guarda de um dos mandamentos, desconsiderando outros, torna-se igual aos que pisam em algum outro mandamento da lei. "Se, todavia, tratais as pessoas com parcialidade, estareis incorrendo em pecado e sereis condenados pela Lei como transgressores. 10Porquanto, quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas uma das suas ordenanças, torna-se culpado de quebrá-la integralmente.11Pois Aquele que proclamou: “Não adulterarás”, também ordenou: “Não matarás”. Ora, se não adulteras, porém cometes um assassinato, te tornaste da mesma forma, transgressor da Lei". …(Tiago 2:9). 

Vejamos o que disse Jesus: "Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás; mas quem assassinar estará sujeito a juízo”. 22Eu, porém, vos digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a juízo. Também qualquer que disser a seu irmão: Racá, será levado ao tribunal. E qualquer que o chamar de idiota estará sujeito ao fogo do inferno" … (Mateus 5:21)

"Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém, vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, em seu coração, já cometeu adultério com ela." - Mateus 5:27

O Sábado é um marco importante que revela Deus como o Criador, e à Ele remete a adoração como o único Deus. A Bíblia é clara. Mas quando tomamos a posição como a tomada pelos fariseus que levaram uma mulher adúltera diante de Jesus, porque transgrediu o mandamento "não adulterarás", talvez não queiramos correr o risco de ser o primeiro a apedrejá-la pois, diante do confronto com a nossa própria justiça, veríamos afinal que é como trapo de imundícia. 
Jesus não se colocou diante dos fariseus como um "acusador" porque, de fato, ele conhecia o coração daqueles que julgavam-se cumpridores da lei. A abordagem de Cristo os levou a uma reflexão sobre sua própria justiça. 


Esse apontamento e discussão que se promove em torno daquele que tropeça em algum ponto da lei, deve levar a cada um de nós a refletir sobre os preceitos de Deus e os ensinamentos de Jesus aos fariseus, que cumpriam um e omitia outro, a saber: a Justiça, a misericórdia e a fé. 
A salvação afinal, será dada a todo aquele que "lavar as suas vestiduras no sangue do Cordeiro". 

PASTOR É ACUSADO DE USAR DÍZIMO INDEVIDAMENTE

Um fato vem chamando a atenção de líderes religiosos depois da repercussão da notícia de que um pastor estaria usando o dízimo da igreja para construir casas para seus membros carentes na cidade de Araruama, região dos lagos no Rio de Janeiro. Um outro caso, também no Estado do Rio de Janeiro ganhou repercussão: o pastor Fabrício Valadares, do Centro Evangelístico Internacional usa o recurso para alimentar moradores de rua. O pastor alega que o verdadeiro evangelho é aquele que se doa a favor do próximo, que cuida das pessoas.

"A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como sincera e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e, especialmente, não se deixar corromper pelas filosofias mundanas". Tiago 1:27. Capítulo 2: "Não fazer acepção de pessoas." 




No fim de ano, um famoso apóstolo televisivo gloriava-se de sua carreira ministerial em seu programa de fim de ano, convocando o povo para a passagem de ano em seus templos. Ele e a esposa fizeram a tomada de imagens num sítio luxuoso, que disse ter adquirido recentemente. "Isso é fruto do meu trabalho e da minha dedicação a Deus. Ninguém pode falar melhor de prosperidade do que eu porque só Deus sabe o que passei na minha vida." Mas ele completou depois: "Esse sítio não é meu. É da igreja." Sim, da igreja que ele mesmo fundou e por ela responde. 

Quantos membros fiéis dizimistas de sua religião tiveram acesso ao sítio que ele diz pertencer à igreja?
A Ostentação de uma fé que glorifica obras humanas

Esses pastores do Rio de Janeiro tem sido criticados por outros pastores. Os mais tradicionalistas consideram a ideia absurda pois, no entendimento deles, os dízimos são para fazer a igreja avançar, pagar os seus custos operacionais e para estabelecer novos trabalhos, angariando mais pessoas para o reino de Deus e financiar obreiros e missionários em outras terras. 

De fato, nenhum dos dois objetivos apresentados como finalidade para a aplicação dos "dízimos" encontra respaldo como a Bíblia relata. Essa questão é muito discutida até hoje, porque é algo que deve ser praticado por pessoas que entenderam ser seu dever para com Deus, devolver os dízimos. O "dizimista" fiel, aquele que devolve sistematicamente o percentual sugerido, tem mais respeito e consideração das igrejas. Mas quando essa questão se torna, pelas organizações religiosas, um instrumento para uso financeiro de seus empreendimentos, estimulando a doação de seus membros, a função do dízimo é desviada. 


Mas, que atitude se aproxima do ensinamento de Jesus no que se refere ao cuidado com as ovelhas de seu rebanho?
Qual deveria ser a responsabilidade dos pastores e líderes religiosos que governam uma igreja? 


"E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?

Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam".


Essa mensagem dada por Deus ao profeta Ezequiel, não lembra nada a você? Não é uma realidade vivida hoje, em que ovelhas sem o cuidado se sentem desconfortáveis e até mesmo doentes na carne e no espírito por se sentirem desprezadas? Não é assim que elas se dispersam?

Grande parte das igrejas se tornou um "curral" inacessível, que se protege pelas cercas da burocracia de seus estatutos e normas institucionais. É um "redil" onde as ovelhas não encontram lugar, apesar de serem suas fontes de lucro. 

A mensagem de Deus ao profeta revelou que "Esses pastores apascentam a si mesmos, e não cuidam das ovelhas."

A esses mesmos, Deus diz: "Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto.

Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei". 


Ezequiel 34:10,11. Essa profecia tem se tornado bem presente, apesar do grande número dos que ainda mercantilizam a palavra de Deus para seus prazeres, empreendimentos e negócios, esquecendo-se que de tudo isso deverão prestar contas ao Sumo Pastor. 


É desses pastores que Jesus veio libertar suas ovelhas. É Ele mesmo quem as convida: "Vinde a Mim; aprendei de mim."