sábado, 25 de julho de 2015

SEM PRETENSÕES


          A vida é de renovação constante na caminhada, de tropeços e falhas provocadas por nossas próprias decisões relacionadas ao nosso olhar e sentimentos e, não há nada de extraordinário nem metafísico nisso: é de ação e reação. 
          Ao viver a vida olhando o lado de fora, tentando de certo modo uma adequação ao que é coletivo, perdemos a oportunidade que a vida nos dá naturalmente de reconsiderarmos a nossa trajetória e a maneira como lidamos no convívio com nossas características pessoais. As expectativas que criamos com base nos sinais externos da aceitação no momento em que correspondemos ao que alguns esperam de nós, são frustradas no momento em que as expectativas do outro a nosso respeito também não são correspondidas. 
           Isso não diminui o valor que temos, nem o valor do outro. Isso apenas mostra o quão pequenos ainda somos ao formatarmos nossas expectativas com base no que imaginamos e, o quanto devemos amadurecer como seres capazes de viver a vida com base em nossa introspecção e autoconhecimento daquilo que somos de verdade e como podemos aplicar nossas habilidades em sintonia com o nosso eu, observando a lei que nos rege. De verdade, nada é o que pensamos que seja, mas nosso pensamento é capaz de construir ilusões, e até mecanismos de defesa com base em nosso histórico de vida, vivendo da maneira como aprendemos pelos sinais externos. 

             É preciso assumir nossas responsabilidades e diminuir a atribuição de nossos fracassos à interferência dos outros.

            Mas não é assim que aprendemos com a nossa convivência em sociedade, assim como na política e até mesmo no sistema religioso, onde busca-se um culpado dos problemas existentes no ambiente em que vivemos? 

                  Ao pararmos de olhar para fora e começarmos a olhar para dentro, no sentido de observar nossas limitações, faltas, medos ou perturbações que nos perseguem, passaremos a ter um outro olhar sobre o que ocorre do lado de fora. É nesse ponto -  quando nos descobrimos como pessoas, conscientes do nosso eu -  que passamos a despertar o entendimento sobre o que ocorre ao nosso redor, respeitando as limitações dos outros, pois passaremos a entender que de pessoa para pessoa, a diferença está no grau de maturidade espiritual e entendimento sobre si mesmo. E, de fato, não temos condição alguma de interferir nesse campo, pois cada indivíduo, mais cedo ou mais tarde, a seu tempo, terá a oportunidade de descobrir-se. Toda pessoa possui essa capacidade que se desperta no momento em que permite que a reflexão, ganhe espaço em sua mente, deixando de ser apenas reagente, mas agente de suas ações, responsabilizando-se pelo que faz, o que não faz e o que impede que seja feito.