sexta-feira, 30 de outubro de 2015

QUEM SEMEIA CHORANDO

"Quem semeia em prantos, colherá com alegria." Salmos 126. 

Quando olhamos atentamente para essa frase contida na Bíblia, temos uma clara resposta de que nada na vida acontece sem esforço. "Semear chorando" denota sacrifício, dedicação ao trabalho. A alegria é a compensação pelo resultado obtido. 

A parábola do servo infiel mostra várias características do ser humano. Os que trabalham muito, pouco, e os que são tímidos. (Lucas 19:17-27).

Há poucos dias, almoçando à mesa, meu filho elogiou o arroz, que estava muito saboroso. Aproveitando o ensejo perguntei-lhe se sabia como o arroz era plantado e o caminho que percorreu para chegar à mesa. É realmente um caminho longo, desde o preparo do solo, os cuidados, o cultivo, o transporte, etc. 

O trabalho e a produção precisam ser compreendidos e valorizados. "Aquele que tratar da semente, comerá do seu fruto." Isso é fato. 

         É natural desde pequenos, aprendermos a consumir. Somos consumidores por natureza, mas quando descobrimos a importância e o valor da produção, nossa vida ganha outro sentido em muitos aspectos. É preciso entender que para o consumo de uns, é necessário a produção de outros. Quando vivemos apenas como consumidores passivos, exigentes e murmuradores por desconhecermos a origem das coisas, nossa vida parece não apresentar nada de especial que contribua com outras pessoas. 
         O despertamento para nossas potencialidades e a maneira como empregamos nossas habilidades a serviço de outras pessoas é que trará motivação à vida. 


           No aspecto que envolve ideologias políticas, há ideias que motivam pessoas a se levantarem contra determinadas classes, consideradas "dominantes e usurpadoras dos mais pobres", sem contudo, orientar que todas as conquistas materiais vem pelo trabalho, essa política acaba tornando pessoas dependentes de alguém que lhes estendam a mão. Quando desviamos o nosso olhar daquilo que o outro possui, observando o que podemos ter com nossos próprios esforços, empenharemos nossas energias para a produção de algo proveitoso que se multiplica, assim como no plantio de uma semente que germina e dá muitos frutos.  Vivemos a realidade hoje em dia em que muitos ostentam objetos e coisas que dão a impressão de poder. Mas o real poder está nas mãos de quem produz, não dos que consomem.             Orgulhar-se pela adequação aos padrões sociais do consumo é uma mostra do desprezo sobre o real valor das coisas. A exploração política ao elevar o patamar de consumo das pessoas, é roubar-lhes o incentivo à produção e ao senso crítico para avaliar-se diante das ofertas e sua necessidade. 

            Sem produzir, a tendência é o esgotamento, a escassez. Todas as conquistas na vida vem pelo trabalho, que não se resume em autobenefício apenas, mas que seja produtivo para os outros. Observe que tudo o que prospera é o que é produzido para o bem de outros. Não é preciso concorrência. Cada um de nós tem habilidades peculiares que podem ser canalizadas a serviço do semelhante. Isso envolve muitas vezes sacrifício pelo abandono da zona de conforto. O desafio não é descobrir ou saber o que você possui, mas o que faz com o que tem. 

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