quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

BRASIL, QUEM APAGOU A LUZ?


As luzes estão apagadas. Na política, na educação, na saúde, nas possibilidades. 

Um país para se desenvolver precisa investir em infraestrutura. Em 1982 foi inaugurada a Usina Itaipu Binacional, com esforços conjuntos do governo Brasileiro e do Paraguai. Durante seu discurso de inauguração da hidrelétrica de Itaipu, o presidente João Figueiredo disse que a solenidade possuía o sentido de "reafirmar a confiança no valor do esforço humano para superar dificuldades passageiras e perseguir um futuro de progresso e prosperidade". Observe o que o presidente disse: "Superar dificuldades passageiras." Ou seja, não significava uma solução definitiva, não era "venda de ilusões". 


O governo atual apresenta discursos defensivos, mas no fundo sabe que falhou nessa questão. Mas admitir isso, é como dar tiro no próprio pé, ainda mais quando o interesse na reeleição é maior do que o esforço que deve ser feito para salvaguardar os direitos da Nação, em diversos setores. 
O mesmo governo vive de créditos do passado - mesmo desconsiderando os esforços de governos anteriores, na tentativa de apagar a história de um povo desmemoriado -  ao mesmo tempo em que "paga" as contas do que foi esquecido, exatamente porque o governo não pertence ao mandatário. Governantes vem e vão. Tem prazo de "validade" e expectativa de vida. Sua figura é  representativa da Nação com legitimidade, escolhidos por voto direto num sistema democrático. Cabe ao mandatário a responsabilidade com o presente visando não ao seu futuro político, como o que ocorre hoje, mas com o futuro do país em vários setores.  Os tempos difíceis passaram. E até quando reclamaremos de "herança maldita" sem ao menos cuidar do que é necessário sob nossa responsabilidade? O país é economicamente viável, de solo e subsolo riquíssimo; capacidade energética invejável; agricultura, pecuária, entre tantas outras qualidades que não foram criadas em 20 anos. A administração deve utilizar-se do que tem a disposição para servir ao país como um todo, sem ideais classistas e de visão e ações unilaterais com vistas apenas ao voto e a intenção de permanência no poder por reações estatais que são percebidas a curto prazo. 

Um governo que pensa no futuro do país - não na captação de votos ou preferência nacional por  medidas aleatórias, algumas repetitivas, como as que criam o chamado "clientelismo político", inclusive por ações sociais que deveriam ser emergenciais mas se tornam permanentes por serem viáveis sob o ponto de vista eleitoral- investiria em infraestrutura. Assim o governo trabalha na superfície, de algum modo dando resposta ao que a sociedade observa a olho nu. É um governo óbvio, previsível, e que não governa para a construção de uma Nação com capacidade de oferecer a seu povo saúde de qualidade, educação; moradia digna e trabalho. 

"Distribuir renda" sob a mentalidade do atual governo é um equívoco pretensioso. Um país que ainda exalta suas ações de combate à fome e torna essa luta a sua bandeira e seu lema, por outro lado, mostra que ainda não priorizou a liberdade e a independência de seus cidadãos, elevando-os da base da pirâmide social pelas oportunidades a eles oferecidas, em todos os sentidos, não mais sob paternalismo governista. É esse "paternalismo" ou "maternalismo" que torna-se o carro-chefe numa nação que continua carente de tudo. Pesquisas recentes revelam que mais de 40% da população brasileira é composta de analfabetos funcionais - título vergonhoso dado a pessoas que sabem ler e escrever, mas não entendem o que leem, fruto de uma educação que não leva o indivíduo a despertar o senso crítico. Os poucos que conseguem uma visão diferenciada, tornam-se ameaça pelo sistema implantado que visa escravizar as pessoas com correntes ideológicas pervertidas.  "As coisas não mudam da noite pro dia" - mas esses erros continuam a se repetir. Ações repetitivas não levam a mudanças. Inoperância repetitiva, nada constrói. O governo do PT está no poder há 12 anos, e ainda trabalha para atrair clientes por ações superficiais que não constroem para o futuro e promessas ilusórias que alcançam a maioria explorada no que lhe é de direito. 
Ainda discutimos comportamento social, sendo que comportamento é resultado da cultura, daquilo que se prioriza ou do que é deficiente em setores primários. Comportamento é secundário e formatado por vários fatores desencadeantes. Comportamento é efeito, não causa, e os discutimos como um fim em si mesmo. Um país que prioriza a educação e infraestrutura, de fato, exerce postura diferente do que verificamos nas ações de seus indivíduos até mesmo em seus relacionamentos, que preza o respeito ao próximo e a coisa pública.  Um governo precisa entender as prioridades de uma nação. O governo que se exalta por pequenas ações, como elevar o poder de consumo das pessoas que tem mais comida na mesa, que pode comprar celulares e eletrodomésticos, automóveis, entre outros bens de consumo, sem pensar nas consequências sociais e seus reflexos na saúde; ecológicas, de infraestrutura e logística - é continuar governando na superfície e aplaudido pelos analfabetos funcionais que o próprio governo tem interesse em manter. Num país onde se discute se "rolezinho" e vestir roupas de marca é um direito do pobre é um direito da população, ainda não se tem noção exata do que seria de fato direito. O Brasil é um país em desenvolvimento, mas com mentes atrasadas, e que pode permanecer em desenvolvimento, porque parece que esse título é mais agradável pela força de expressão  sugerindo que está em movimento. Mas o movimento está na superfície apenas. Voltando para a questão anterior, a  falta de investimento no setor de governos posteriores  à 1982 trazem hoje a decadência energética no país. Vontade política e estabelecimento de prioridades é que movem as ações de um governo. Exemplo disso foram os investimentos para a copa, a construção de estádios, entre outros; o investimento em outros países com liberação de verbas para portos, por exemplo. 

Enquanto isso, vivemos num país sucateado, mas maquiado na superfície. Os frequentes apagões verificados em períodos de grande demanda de energia elétrica, ocorridos nos últimos anos, e nos anteriores, inclusive com a necessidade de racionamento de energia elétrica orientada pelo governo entre 2001 e 2002, medida criticada demasiadamente pela oposição que, hoje, no poder, não atribui problemas de investimento mas à falta de chuvas. Há quem ouviu entrevista de João Figueiredo afirmando que o país teria energia garantida por 20 anos - e se os governos não investissem, poderia sofrer crise de desabastecimento. Não seria a realidade que vivemos hoje? Até quando vamos "fazer festa à luz de velas?" "Acreditar na penumbra?" Até quando vamos votar de olhos fechados?

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

UM GOVERNO RESPONSÁVEL GOVERNA PARA FRENTE




Não é produtivo compararmos quem fez mais ou quem fez menos. Isso é pensar pequeno, muito pequeno. É preciso e possível realizar no presente, nas bases que criam raízes para o futuro. O olhar deve ser o de identificar o que pode ser feito agora e que não está sendo feito. 

O patrão chegou em seu galpão e todas as luzes estavam acesas. Em vez de apagá-las, procurou primeiro saber quem havia deixado as luzes acesas para puni-lo. Talvez o problema que viu não fosse apenas as luzes acesas que deveriam ser apagadas, mas procurar um "culpado." Todos nós temos responsabilidades como indivíduos: quem deixou as luzes acesas, e quem as viu e nada fez.
Até quando vamos viver com mentalidade assim? Até quando, para defender nossa inoperância, vamos buscar a inoperância dos outros?
Talvez seja essa mentalidade que atrapalhou o governo petista entre outras ações que revelaram total insegurança e despreparo administrativo. Nesse caso, preferiram olhar para trás, num comportamento defensivo de "perseguições" fantasmagóricas, de "forças ocultas" que tentavam desestabilizar o governo, sem se posicionar diante de suas responsabilidades com a Nação. O governo é legítimo, pelo voto de confiança da população. Isso não bastaria para fazer valer a vontade do povo, segundo as expectativas que depositaram em seu representante?
As discussões “políticas” que alguns fazem atualmente gira em torno, ou de partidos políticos, ou de políticos que fazem parte dessas siglas. Parece uma "queda de braço", e ela acontece até entre essas figuras representativas, cada qual defendendo sua administração em seus pontos fortes. Há os que são fãs deste ou daquele representante, a ponto de idolatrá-los e colocá-los acima de qualquer suspeita, mesmo se essas suspeitas - muitas delas confirmadas e julgadas - ocorram entre seus aliados e base de sustentação governista. 
 Mas convenhamos que política nacional não considera apenas “os pontos fortes” pelos quais algum representante ganha destaque de maneira cômoda, pois é mais fácil por exemplo "distribuir renda" do que aumentar a renda do trabalhador pelo trabalho; mas os pontos fracos, esses que a população enfrenta no dia a dia.  A discussão sobre quem fez mais, ou quem deixou de fazer, talvez não seja produtiva para desenvolvermos um olhar horizontal – o que precisa ser feito.  É fato, de que muitos que foram “julgados” pelo voto popular, enfrentam o ostracismo político e correm o risco de serem julgados pela justiça, apesar de demorada, e haver muitas manobras dentro do sistema para impedir certas ações que comprometam interesses de grupos que ainda dominam várias escalas do poder. Exemplo disso são as manobras que até hoje há, para colocar dúvida na nação sobre a condenação dos envolvidos no escândalo do mensalão. A “ideologia” é controlada pelo sistema capitalista dentro da política que trabalha também no campo jurídico. Essa ideologia capitalista “ensina” que desde que o mundo é mundo os problemas sempre existiram, e que isso não vai acabar de uma hora para outra.” É esse discurso que ouvimos de nossos representantes, que utilizam essa ideologia para se manterem no poder, na tentativa de não sofrer a cobrança do papel que tem a desempenhar. Na área jurídica, são capazes de criar suas próprias leis, que favoreçam seus grupos e legitimem suas ações. São as esferas que o Capitalismo controla: “A política, a jurídica e a ideológica.” Sem esse tripé, bem trabalhado, nenhum governo se sustentaria no poder. E não é mérito só do capitalismo. Observando bem, todos os sistemas de governo, trabalha essas áreas. A ideologia funciona bem assim: se o povo manifesta indignação, o político aparece e diz que entende a indignação, mas que nada pode ser feito da noite pro dia; que é com muito esforço; que pegou o país falido, com problemas em muitas áreas e isso requer tempo para resolver. Isso acaba “colocando” na cabeça do povo a ideia de que seu representante sofre para driblar os problemas, e que, por outro lado, acaba arrefecendo os ânimos de quem reivindica seus direitos. Uma família ocupar uma pequena área de terra para morar é caracterizado como “crime contra o patrimônio.” Porém, há uma grande parcela de representantes políticos que ocupam áreas de grande latifúndio e para eles não é crime. Utilizam-se de instrumentos jurídicos que os favoreçam, criados por eles mesmos. 



O fato é que os que se “apossam” do poder legitimamente pelo voto direto e democrático, não cumprem seu papel de representar o povo que os escolheram, porque passam a fazer parte desse sistema, e não dá para separar o representante de seu governo e de tudo o que ocorre no transcurso de seu mandato. Quem entra para a política, precisa usar os métodos do sistema para chegar lá, e isso começa a quebrar a honestidade com a própria consciência, a sinceridade e o respeito com a Nação.



As brigas entre os defensores e críticos do governo, não deveriam ser pautada em quem foi o melhor; ou quem fez “mais” pelo povo (na questão de comida e consumo) basicamente. Uma nação não escolhe um representante para promover seu governo com pequenas ações que não levam a população pobre, sequer, sair da “base da pirâmide social.” Comida na mesa e capacidade de consumo, não deveria ser o carro chefe da política de um país em crescimento. Mas é esse o lema comum em países atrasados. 



A educação continua vergonhosa.  Os níveis educacionais no país continua abaixo da média de países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), sem contar que em pesquisa recente, constatou-se que metade dos universitários são analfabetos funcionais.  Isso reflete, sem dúvida a população do país e sua educação de base.  Mas mudar isso, depende de ações políticas do presente, não do passado. A saúde pública deficitária. Isso se resolve com ações do presente: construção de hospitais; abertura e custeio público para formação de médicos e outros profissionais da saúde; segurança que não trabalhe apenas na questão extrema da repressão ao crime, mas na prevenção em outras áreas, como o combate às drogas; a fiscalização da entrada de armas no país, entre outras medidas educacionais. É com ações políticas; com inteligência. 
A população tem observado o valor desembolsado para a construção de estádios de futebol, comparando com a estrutura dos hospitais. Mas tanto estádios, como hospitais, são construidos por vontade política, por incentivos, pelo estabelecimento de prioridades. Isso o governo pode comandar, com discussão do tema entre seus aliados e opositores. Se acontece, é porque há vontade política para isso. O Presidente da República tem todo instrumento de ação a seu favor no âmbito de sua responsabilidade como chefe máximo da nação, principalmente quando obtém maioria de apoio na Câmara e no Senado, que garante a governabilidade.  



Um governo precisa assumir suas responsabilidades do presente, olhando para o futuro, apontando mudanças concretas e não se pautar apenas no discurso do desenvolvimento econômico, que sem dúvida, não alcança as necessidades da população, a não ser o enriquecimento dos ricos. A política continua privilegiando o capitalismo, e este continua controlando as esferas política, jurídica e ideológica. 



O governo do PT surgiu com um discurso de mudança no país, mas sequenciou programas de seu antecessor, que já estavam em andamento, como o bolsa escola, criado pela antropóloga D.Ruth Cardoso ex-primeira dama. Na economia, o atual governo manteve a mesma linha organizada pelo antecessor. O próprio ministro da fazenda do governo petista à época, declarou que a economia brasileira estava nos “trilhos”.  Mas as falhas do governo anterior, principalmente na questão das privatizações, foram o prato cheio da oposição para tirar seu oponente do jogo político. E isso exploram até hoje, porque deu certo.



Mas, como eleitores, não vamos engrossar o discurso do governo que tem lá suas intenções de permanecer no poder sempre dizendo as mesmas coisas, defendendo-se de acusações, apontando quem foi que errou, e o país está parado no que realmente precisa ser feito em questões de infraestrutura em vários setores como uma base para o desenvolvimento concreto. Este é o governo responsável pelo presente. Não vamos cobrar futuro. A realidade hoje, pode ser uma sombra do que o futuro poderá trazer se esta mesma política continuar.



O voto é apenas um meio para legitimar a subida de algum representante escolhido entre eles para reger a “orquestra.” Tudo tem que estar afinado. Tem que rezar pela  cartilha para  se manter no poder. Dá para entender o porquê de um governo se sustentar, mesmo em meio a tanta corrupção e desmandos.E assim o povo segue sua vida, sem educação, sem saúde, sem segurança; basta ter o que comer.  É a base da pirâmide para eles, que sustentam o sistema que impera em nosso país. E assim caminhamos nós, deslumbrados pelos discursos, pelas imagens, pelos sons... e ouvindo sempre: “Somos o melhor governo que o país já teve” –  e nós, analfabetos funcionais, não entendemos o que lemos, e se entendêssemos o que ouvíssemos, certamente não concordaríamos. Não dá para duvidar que o próprio governo assim o seja: ele “orquestra” seus aliados, mas é orquestrado por mentes superiores, que sabem escravizar e ainda fazer esse povo “feliz”.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

SEU DIREITO, UMA CONQUISTA




E assim, vivemos numa sociedade que hoje sabe cobrar seus direitos pelo grito, pelas manifestações, pelos “rolezinhos”, criando situações provocativas aos que não concordam com seus métodos de exigência, sem entender que direitos, de fato, sobrepõem àquilo que tentam nos fazer aceitar como regra. 

Método é “meio” que se utiliza para chegar a um fim desejado ou sugerido. Os resultados não são um fim em si mesmo. Há um trabalho, um desenrolar para se alcançar aquilo a que  nos propõem ou propomos a nós mesmos. Na biologia o ciclo vital se estabelece com o nascimento, crescimento, reprodução, envelhecimento e morte. Há um passo a passo, há etapas a serem cumpridas.Quando perdemos de vista o sentido de que na vida há etapas a serem cumpridas, e que na vida social, dos relacionamentos; na vida estudantil e profissional e em todos os campos, perdemos também a noção do que é nosso direito por direito, em relação aos direitos que entendemos ou nos fazem entender que temos. Mas direitos e obrigações são dois elementos fundamentais para não perdermos o senso do nosso papel e do resultado que ele pode nos trazer.

Estamos diante de um cenário de modernidade, de um “crescimento” social e até mesmo de distribuição de renda, em que os objetos tornam-se alvo de conquistas por direito; que um tênis de marca, um celular, roupas de grife e tv por assinatura, dão respaldo para os discursos do enriquecimento da população, assim como viajar de avião e ter uma mesa mais farta. Aprendemos que "o nosso desejo é uma ordem". Quando tratamos essas questões como um fim em si mesmo, sem considerar os métodos e as fórmulas utilizadas para a conquista daquilo que se deseja, passamos a correr sérios riscos, principalmente quando percebemos que os exemplos educam a essa nova geração cheia de expectativas e faltas de preparo e conhecimento de seus deveres como pessoa plenamente atuante e participante de uma sociedade organizada. Os mesmos que promovem a abertura do consumo para todos – como sendo um direito - deveriam estar preocupados de igual modo com a questão educacional, que começa, principalmente no lar, depois, reforçada pela que recebe no âmbito escolar. Hoje, discute-se se “rolezinho” em shoppings e ambientes privados, é ou não direito da juventude sem opção de lazer. Quando caso como esse é levado para a discussão no âmbito do “direito”, é provável que estejamos longe do crescimento e mudança social que perseguimos; quando nossa acalorada discussão, gira em torno dos que constatam e contestam a realidade social como os culpados das ações dos outros.

Em sociedade, somos afetados por tudo o que ocorre a nossa volta, porém, é preciso entender que a responsabilidade é individual. Essa conduta tem a ver com o amadurecimento espiritual e educação recebida que de certo modo ajuda o indivíduo a refrear sua ira, a canalizar o descontentamento e crítica para proposições. Isso faz parte da construção do nosso caráter, dos valores que imprimimos em nós mesmos, não para fazer justiça com as próprias mãos ou nos sentirmos justos diante dos outros, mas para que a nossa vida em comum não seja motivo para a desordem, a desagregação e desavenças entre pessoas. 



Os  governos  tem suas responsabilidades em questões de infraestrutura, não só de tecnologia, em alta no mundo. Procure observar, hoje, nos grandes centros, se os hospitais que funcionavam há 20 anos tem capacidade para atender de forma digna o número de pessoas que procura atendimento. Procure observar nas escolas públicas hoje, a diferença que há entre as que funcionavam 20 anos atrás? Assim ocorre com o transporte público, com a questão ambiental, entre outros setores.Compare o número de habitantes no pais há 20 anos e veja quantos hospitais foram construídos nesse período; quantas escolas foram inauguradas; portos, aeroportos, ferrovia, estradas.

Há crescimento populacional sem o planejamento proporcional para garantir a oferta do que é essencial. Trocar infraestrutura por tecnologia é uma maneira cômoda de mostrar algum avanço; estimular o consumo e distribuir renda, talvez seja politicamente mais viável do que se preocupar com trabalhos  a  longo prazo. 
Há muitos que criticam o fato de haver condições de uma família humilde possuir eletrodomésticos, tv por assinatura, reivindicarem o direito de comer e beber, e viajar, e que por outro lado se calam na busca do direito de não pisar na lama quando deixam os portões de casa; que tenham transporte que funcione; que do celular ligue para a assistência médica e tenha atendimento digno nos hospitais e postos de saúde; que seus filhos tenham escolas dignas e educação de qualidade. E assim, vivemos numa sociedade que hoje sabe cobrar seus direitos pelo grito, pelas manifestações, pelos “rolezinhos”, criando situações provocativas aos que não concordam com seus métodos de exigência, sem entender que direitos, de fato, sobrepõem àquilo que tentam nos fazer aceitar como regra. Daí criam seus próprios conceitos sobre o que é preconceito e afins e a manifestação do diálogo propositivo não tem lugar, a não ser a reação do mesmo modo, da outra parte. O problema não é superficial sobre os quais discutimos. A questão da educação, a formação de caráter, as decisões e escolhas que fazemos, tem muito a ver com o que absorvemos do meio em que vivemos, mas não podemos esquecer que temos "vontades" e a nossa vontade precisa estar pautada no respeito ao que nos é direito e o que é direito do outro. E quem está trabalhando para que os direitos constitucionais da Nação sejam garantidos?  Não importa o grau que alcançamos na escala social, seja em questões políticas, sociais ou profissionais. Levamos conosco o que somos, onde quer que formos.  Mas olhando as experiências afora percebemos que ainda “crescemos” pequenos. Resumimos nossas conquistas pelo fim, não pelos meios percorridos e pelo tempo que a caminhada requer. Queremos ganhar, mas esquecemos que precisamos investir. Ainda menores nos tornamos, quando somos levados a acreditar que vamos depender apenas que os governos nos ofereçam o pão, sem entender que desde que o mundo é mundo, o “pão” sempre foi fruto do trabalho e que o trabalho dignifica o homem. E se aprendemos e vivenciamos pelas experiências ao redor, que assim não é agora, precisamos  rever nossos conceitos. Mas para os governantes, ainda é tempo de fazer seu povo acreditar que o governo é seu provedor. E isso tem dado certo, pelo menos na "superfície". E se ainda reivindicamos o que já é direito constitucional em nosso país, é sinal que não alcançamos, sequer, a base da pirâmide social.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O TERROR DO MEIO DIA



Há muitas “peças” que são manobradas, como num jogo de xadrez. Há muito ocultismo por trás de tudo isso. Fazendo parte do jogo, cumprindo a cartilha “direitinho” – terá sucesso. E assim foi, e está sendo.

A gente aprende que para ganhar tem que derrotar o outro. É um contra o outro, não a favor do outro. Em todos os segmentos, percebe-se isso. “Gol  contra” é aquele que um time faz contra si mesmo, em sua trave, não na trave do time opositor. De fato, toda luta se caracteriza por duas frentes, dois grupos distintos ou duas pessoas, que se empenham para saírem vitoriosas. Mas dificilmente em sociedade as ações ocorrem isoladamente ou com independência, pelo fato de não haver grandes repercussões. Para "dar certo" tem que repercutir e estudam-se meios e estratégias para que assim aconteça. Alguém está sempre ligado a uma crença, a uma ideologia, a um sentimento, e isso ganha força quando há união de propósito arregimentado e organizado de maneira institucionalizada. Na disputa é a mesma coisa: Cada um julgando-se  melhor, que o outro, que segundo seus pontos de vista, não são dignos do lugar que ocupam. E assim se faz "política." É assim na política partidária e social. É assim no mundo empresarial e dos negócios. 
Para lograr vantagem alguém tem que fazer-se parecer melhor que o outro, dizer:"Eu não sou como eles." 
Mas assim muitos conseguem sucesso. 

Certa vez eu estava quase fechando a venda de um picolé para uma senhora no ponto de ônibus quando outro vendedor pulou entre nós, e disse para aquela senhora: "Compre o meu, o meu é melhor."
Aquela senhora sequer pediu para ele mostrar o picolé, porque se assim o fizesse, veria que se tratava do mesmo produto, com a embalagem do mesmo fabricante. Mas, muitas vezes, vence quem grita mais alto. O menino me conhecia e eu o conhecia. Compramos o picolé na mesma fábrica. Mas que motivos aquela senhora teria de "defender" minha venda "confrontando" o meu produto com o do colega vendedor? Ela estava pensando em si mesma, em sua vontade de saborear um picolé e, ainda, aceitando a sugestão de que o que comprou era o melhor. Quando ouvimos de uns que "tudo é farinha do mesmo saco" para tirarem proveito e "vender seu peixe" sem ao menos olhar se no saco tem mesmo farinha, poderemos ter surpresas ou não.
A luta pelo poder é um jogo sórdido; de sabotagens, mentiras, dissimulações. Isso ocorre porque o sistema que chamamos de "democrático" não é de quem conquista o poder pela capacidade de negociação, mas por imposição retórica. Daí, tirar do poder quem assim o alcançou jamais será possível senão pelo uso das mesmas armas, e quem não se submete a esse "jogo" acaba fora da disputa, enfraquecido até mesmo em seus argumentos. De fato, há uma mente por trás disso, e no desenrolar dos acontecimentos ocorrem "acidentes de percurso." Em muitos casos perdem-se o controle e o "tiro sai pela culatra." Tornam-se vítimas do próprio jogo, das próprias regras que criam.

No campo da política é o que vemos: Um grupo tenta  convencer o povo, que aquele outro grupo não presta, com o intuito de alcançar o poder. Jamais você verá a oposição elogiar a situação e vice versa. Há sempre algum defeito; procura-se falhas, entre outras coisas, algum ponto que sirva de defesa para suas teorias e sustentem que aquele partido e aquele grupo "quer o pior para a nação". Tudo isso para favorecer seu grupo e seus aliados o que, na maioria dos casos, não representa na prática, as expectativas do povo. O voto popular, é apenas um instrumento legitimador para a subida desses grupos ao poder para representá-lo. E agora?

As recentes manifestações nas ruas e seus protestos, para uns, são gente de grupos políticos contrários, ou de um sistema “oculto” para espalhar a desestabilidade ao Estado; para outros, é o liberar de um “grito preso na garganta” de algo que precisa mudar no país.



As manifestações “terroristas”, hoje criticadas por muitos, fazem parte do histórico dos que hoje estão no  poder. “Lutavam por seus ideais, jogando bomba, atirando e matando, apresentando suas razões.  Tanto fizeram - protestos que poderiam até mesmo fazer sentido na época, mas com métodos contestáveis - que conseguiram o que queriam. Os tempos mudaram. Mas o ser humano continua o mesmo. Mantém dentro de si um “gigante adormecido.” Indignação presa na garganta. Mas quem estaria nas ruas fazendo esses protestos? Seria mesmo o povo, ou outro grupo organizado que se levanta para tentar despertar nas pessoas a ideia de que o governo é fraco, falho e corrupto? Não foi assim que estes que aí estão fizeram no passado? Ou são estes mesmos que estariam criando oportunidade para acusar seus opositores - muitos deles imaginários - e assim terem argumentos para defender que "eles são piores do que nós?"
O que se faz entender é que, por um lado, pode até mesmo causar desestabilização e descrédito ao Estado, mas o que também podemos perceber é que quem está no poder no momento tem a grande oportunidade de se manifestar à Nação, fazendo sua campanha antecipada, apresentando propostas de mudança e dizendo-se vítimas de “conspiradores.” Mas essas reivindicações não fariam sentido, de fato?  Por fim, sempre ganha quem está no poder pelo uso de seus instrumentos oficiais, tanto que no calor do momento, criam-se lei para criminalizar os protestos colocando no mesmo nível de atos terroristas. A quem essa lei vai proteger? A quem vai punir?
O que se lamenta é a violência de “grupos” infiltrados em manifestações pacíficas e cidadãs, só isso. E não há ninguém que discorde das reivindicações feitas nas ruas.

No passado era a luta de classes - patrões e empregados - arregimentada por sindicatos de trabalhadores. Hoje, eles chegaram ao poder e os sindicalistas, satisfeitos, já não são mais ameaça, já não promovem quebra-quebra ao patrimônio público e privado; já não soltam mais explosivos; nem ovos, nem tomates.... Agora eles tem o que desejavam. Pelo voto popular, o líder sindical Lula, subiu ao governo. Os sindicalistas ganharam cargos e posições dentro do palácio e já não representam mais os interesses do povo, mas os seus: enriquecimento, conforto, regalias, custeados pelo poder público. 

Quem patrocinaria  os “terroristas modernos?” O que querem? Quem os patrocinava no passado?



Durante discurso há algum tempo no plenário do Senado, em meio ao escândalo do mensalão, o senador Mão Santa do Piauí, em determinado trecho disse: “Lula, quando era sindicalista, era um bom vivant – sabia aproveitar a vida; hospedava-se nos melhores hotéis de Paris, bebia as mais finas bebidas; fumava os charutos cubanos... e não sabia quem pagava suas contas.”

Há muitas “peças” que são manobradas, como num jogo de xadrez. Há muito ocultismo por trás de tudo isso. Fazendo parte do jogo, cumprindo a cartilha “direitinho” – terá sucesso. E assim foi, e está sendo. Não dá para entender um governo que se desvia do que é necessário fazer pelo interesse da nação, motivo de protestos e desaprovação de muitos, e ainda parece ter “sucesso” pelos índices de pesquisa. Há algo oculto nisso, que nunca vamos entender.

Hoje, no poder,  tentam fazer um governo classista novamente. A fórmula da “luta de classes” continua viva.  Agora é de pobres contra ricos, utilizando-se de um modelo hostil, sem amor e solidariedade, mas despertando sentimentos agressivos no discurso, nas falas, que levam a classe mais pobre a cobrar a direitos de quem não os pode garantir, mas amparada pelo “afagar” governamental que sobrepõe a ações efetivas com base nos desejos e necessidades dessa parcela da população, dizendo que a culpa das desigualdades e o preconceito é da sociedade, ao invés de, no uso de suas atribuições, promover o bem-estar social de maneira concreta, não só no discurso. E parece que isso basta: falar o que o povo quer ouvir, principalmente "os fracos e oprimidos" e acalentá-los com falsas esperanças e  nada de concreto e definitivo se observa em suas ações públicas.



Pode até ser que os Black Blocks sejam gente orquestrada para desestabilizar o Estado. Mas a inteligência precisa investigar quem estaria "orquestrando" tal grupo, senão, continuaremos em dúvida. "O Estado Democrático", tem esse direito (de investigar os desestabilizadores) por sua legitimidade. Não é admissível que o Estado perca para "mascarados". Ou isso beneficia aos que, de algum modo, fazem parte dos poderes que governam? Deixam instalar o caos, para apresentar as "soluções"... Não adianta o discurso político do "eles querem nos desestabilizar", sem apontar quem são esses "fantasmas." Há muito mistério por trás disso. A luta contra os "mascarados" não é do povo, mas de quem o representa legitimamente. E por quê, por quê não fazem nada? De algum modo, o time que está ganhando corre o risco de continuar em campo. A instalação do caos é especialidade de quem quer apresentar soluções. E quem poderá fazer isso, senão os que governam agora?