sexta-feira, 31 de outubro de 2014

E AINDA DIZEM QUE JESUS ERA COMUNISTA

O bom pastor dá a vida pelas ovelhas


Há muitos defendendo que a mudança na sociedade ocorrerá por uma forma e regime de governo. Há os que demonizam o capitalismo, outros, o comunismo e socialismo. Mas todas as formas de governo ou regime tem, em sua composição, ideias e valores humanos, com base em seu caráter e suas experiências. Ao longo da história observa-se o fracasso na tentativa de muitos para mudar os rumos da sociedade pela imposição, pelo cerceamento das liberdades, pelas lutas armadas.  Não importa o regime, a finalidade é o domínio e o  controle.
Neste ponto chamemos a atenção para cada um de nós. O que representamos diante desse contexto? Quem somos nós, diante das escolhas que fazem em nosso lugar, ou que somos induzidos ou obrigados a aceitar por não apresentarem outra saída, que contrariam os valores que aprendemos e os princípios que incorporamos?
Alguns consideram que Jesus foi um grande comunista, até mesmo para defender que os comunistas defendem os pobres como fez Jesus.
Jesus não só multiplicou pães mas despertou a consciência

Mas o mesmo Jesus que alimentava ao faminto, também ensinava: “Vocês não devem me seguir por causa da comida; vocês devem trabalhar pelo pão que permanece para a vida eterna.” Jesus não desejava o reino do mundo, mas que seus ensinos reinassem no coração dos homens.
Não podemos rebaixar o ensino do Mestre ao campo da defesa política, pois o propósito dEle era libertar as pessoas do jugo da pobreza espiritual que se refletia em todos os demais comportamentos, seja o de preconceito nos relacionamentos ou de classes sociais. Prova disso foi que uma vez algumas pessoas tentaram impedir que crianças se aproximassem dele, e foram repreendidas. Jesus, como um Judeu, conversou com uma mulher Samaritana, quebrando todo o preconceito de raça: Judeus tinham intriga com Samaritanos. Jesus perdoou os pecados de uma prostituta dando a ela a orientação para que não pecasse mais. Ao corrupto Zaqueu, estendeu seu perdão e foi capaz de visitá-lo em sua própria casa - e essa aproximação de Jesus converteu o coração do cobrador de impostos ilegais a ponto de ele sentir a vontade de devolver tudo o que havia roubado. E não foi por força da lei que o publicano foi obrigado a isso, mas pela força do poder do amor de Cristo que fez com que o corrupto Zaqueu, odiado pela sociedade oprimida, despertasse a consciência do que havia feito com a população. A obrigação por força da lei ou imposições não resulta em atos produzidos pela mudança do entendimento, que é o que Deus considera. É possível praticar coisas boas, porque se tornam uma sugestão coletiva, mas os motivos do coração são mais importantes. 

Não é forma nem regime de governo que fará com que as pessoas sejam solidárias umas com as outras. Não é pela força de lei ou imposições, ou intrigas que fomentam o separatismo e alimenta o ódio, que tornará as pessoas conscientes de seu compromisso de amor ao próximo.
Os escribas e fariseus eram os políticos dos tempos de Jesus, e por diversas vezes foram repreendidos pela maneira com que agiam. Foram chamados de hipócritas, porque não praticavam o que diziam.
E não é assim ainda hoje com os políticos modernos? Os que vivem criticando os ricos, mas vivendo no mesmo luxo que eles, comendo da mesma comida, bebendo da mesma bebida.
Não é isso que vemos hoje? Políticos que se fazem amigos dos pobres, mas deles só querem o voto para permanecerem no poder, e para isso os iludem com coisas que não passam da superfície, da aparência?
Os que chamam Jesus de comunista, talvez não entendam que o propósito dEle aqui na terra foi despertar no homem o espírito do amor, da compaixão, da solidariedade, do perdão. 
Ainda hoje, grupos políticos fazem separação de ricos e pobres, mas Jesus tratou a todos em sua essência como seres humanos.
Seus profetas agiam em conformidade com suas orientações.
Quem se lembra do episódio da viúva endividada que estava prestes a perder tudo o que tinha, quando o profeta Elizeu invocou o milagre e ajudou aquela senhora? Ela tinha apenas um pouquinho de azeite numa botija. O milagre foi tanto que ela juntou com a vizinhança uma grande quantidade de vasilhas para que o azeite fosse deitado. E o azeite não parou de jorrar de sua botija enchendo as demais, enquanto havia vasilha para encher.
Jesus não ajuda ao pobre com migalhas. Ele não faz política para tornar pessoas escravas ou dependentes de seus benefícios. Jesus dá em abundância, e liberta o ser humano.
Jamais foi preconceituoso. Andava em meio a multidão, e discorria com os doutores. Aos grandes e pequenos sua mensagem era a mesma. 
Paulo, seguidor de Cristo, orientou a seus irmãos sobre o preconceito e o julgamento pela aparência, ao dizer-lhes para não fazer acepção de pessoas, convidando os de anel no dedo para ocupar lugar de destaque e desprezar os humildes. 
Jesus chamou a atenção dos fariseus que se mostravam superiores, no momento em que exaltou a oferta da viúva pobre, que deu tudo o que tinha no templo, enquanto os maiorais davam um pouco do que tinham e se vangloriavam.
A mensagem para aquele homem rico e abastado que tinha bens e comida em seu celeiro para se fartar, é uma reflexão importante: Se você morrer esta noite, para quem ficará?"
Jesus não disputava cargos políticos

Mesmo assim, alguns consideram que Jesus foi um grande político. Na verdade Jesus era, em sua essência, o amor personificado. Não atraía as pessoas por “estratégias” manipuladoras. Ele era o amor. Não tinha interesse em poderes terrenos, nem de subir a algum trono feito por mãos humanas. 
Nenhuma forma de governo ou sistema pode mudar a sociedade. Homens no poder, escravizam homens em troca da liberdade de outros, por seus próprios critérios e referências egoístas, partidaristas. Mas cada indivíduo pode ser transformado  pelo amor de Cristo, não sob o comando de um outro homem, falho, fraco, pecador. 

Quando isso ocorrer, muitos serão capazes de abandonar a política e praticar o bem, de verdade. É bem provável que as pessoas que amam, governam-se a si mesmas, sob a orientação do amor de Deus, sem bandeiras de luta, sem separatismo. 

Não é forma nem regime de governo que fará com que as pessoas sejam solidárias umas com as outras. Não é pela força de lei ou imposições, ou intrigas forjadas que fomentam o separatismo e alimenta o ódio, que tornará as pessoas conscientes de seu compromisso de amor ao próximo. A mudança do indivíduo não resulta de uma luta por bandeiras, subjugando a uns em favor de outros. São erros combatendo erros; são dedos sujos apontando a sujeira do outro. Assim, essa batalha não terá fim, pois será uma disputa de forças, que vencem e que perdem; que sobem e descem, que alternam suas posições em questão de tempo, mas que não promove a mudança necessária que deve começar no coração dos homens.

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